Uma tarde de lazer no Rio Douro transformou-se em tragédia para Ricardo Alves, de 47 anos, empresário residente em Carvalhosa, Paços de Ferreira. O acidente ocorreu no domingo, 10 de agosto de 2025, pouco depois das 15h50, junto à Ilha do Castelo – também conhecida como Ilha dos Amores –, em Castelo de Paiva, uma zona balnear popular no verão. Ricardo desfrutava de um passeio de mota de água com a filha de 15 anos e uma amiga da jovem, quando uma colisão entre as duas embarcações provocou ferimentos graves nos três ocupantes.
Segundo a Autoridade Marítima Nacional (AMN), a mota de água pilotada pela filha de Ricardo colidiu com a lateral da embarcação conduzida pelo pai, causando impactos severos, incluindo lesões na coluna do empresário. As vítimas foram resgatadas da água por embarcações de recreio próximas e transportadas para a praia fluvial de Bitetos, no Marco de Canaveses, onde equipas dos Bombeiros Voluntários de Marco de Canaveses e Castelo de Paiva, da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do INEM, da GNR e da Polícia Marítima do Douro prestaram os primeiros socorros. Apesar das manobras de reanimação no local, Ricardo Alves não resistiu e o óbito foi declarado pelo médico da VMER. O corpo foi encaminhado para o Gabinete Médico-Legal de Penafiel.
A filha do empresário foi evacuada em estado grave para o Hospital Padre Américo, em Penafiel, onde recebeu tratamento para os ferimentos. Felizmente, teve alta hospitalar ainda no mesmo dia e regressou a casa, enquanto a outra adolescente, que acompanhava a jovem, sofreu apenas ferimentos leves e foi assistida no local, sem necessidade de internamento. O alerta foi dado ao Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa (MRCC Lisboa) por volta das 16h, mobilizando rapidamente os meios de emergência.
Ricardo Alves era uma figura proeminente na região, proprietário da Transpaços, empresa sediada em Carvalhosa especializada em transportes nacionais e internacionais de mercadorias, mudanças, distribuição farmacêutica e de produtos químicos urgentes. Amigos e familiares descrevem-no como um homem trabalhador, afável e sempre disposto a ajudar, deixando um vazio na comunidade de Paços de Ferreira. A tragédia, que ocorreu à vista da própria filha, abalou os familiares, que receberam apoio psicológico do Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima. O incidente reacende alertas sobre as manobras arriscadas com motas de água em zonas de lazer fluvial, especialmente aos fins de semana, e as regras de supervisão para menores. As autoridades investigam as circunstâncias exatas do despiste.
