Um soldado japonês, Hiroo Onoda, ficou perdido na selva das Filipinas por 29 anos, acreditando que a Segunda Guerra Mundial ainda estava em andamento. A história, que parece ficção, é a realidade de um homem que, mesmo após o fim do conflito em 1945, se recusou a aceitar a rendição do Japão, vivendo em uma guerra imaginária que o levou a cometer crimes contra os locais.
Onoda, um oficial de inteligência, foi enviado para a ilha de Lubang em 1944 com a missão de impedir a invasão americana. Recebendo ordens de não se render sob nenhuma circunstância, ele e seus companheiros se esconderam na floresta, ignorando folhetos e cartas que anunciavam o fim da guerra. Acreditando que eram desinformações, Onoda continuou sua luta, atacando fazendeiros e enfrentando a polícia local, que tentava capturá-lo.
A situação se agravou quando, em 1954, um de seus aliados foi morto e, em 1972, Onoda ficou completamente sozinho, ainda convencido de que sua missão era proteger a ilha. Sua história chamou a atenção de um aventureiro japonês, Norio Suzuki, que conseguiu convencê-lo de que a guerra realmente havia terminado. Em 1974, após 29 anos de isolamento, Onoda finalmente saiu da selva, rendendo-se ao exército filipino.
Recebido como um herói no Japão, sua história se tornou um símbolo de lealdade e bravura, mas também levantou questões sobre a lavagem cerebral e a desinformação que o mantiveram preso em sua própria guerra. Hiroo Onoda faleceu em 2014, mas seu legado continua a ecoar como um alerta sobre os perigos da crença cega e da desconexão da realidade.